Em homenagem
e comemoração a conquista do Pico Paraná, realizada dia 13 de julho de 1941 por Rudolfo Stam, Alfredo Mysing, e Reinhard Maack,
a Associação Montanhistas de Cristo realiza um evento chamado 5 Cumes, que
consiste em subir 5 montanhas do Ibitiraquire com 5 equipes simultaneamente. O
5 Cumes é realizado todo ano desde 2002 sempre no mês de aniversário da conquista.
As montanhas escolhidas foram o PP, Caratuva (as mais altas), Ferraria (a mais
ao norte), Ciririca (a mais ao sul) e o Tucum. Esta escolha tem uma explicação,
é que de cada uma destas montanhas pode-se avistar as outras quatro, sendo
assim possível se comunicar por rádio e sinais de lanterna. No final do domingo
todos se encontram no Tio Doca para comer chuleta com polenta e contar os
causos.
Neste ano o 5
Cumes teve sua data alterada por causa do mal tempo, sendo adiado para o final
de semana 27 e 28 de julho. Isto causou uma série de desistências devido a
problemas com agenda e o tão temido “vento leste”, que insistia em soprar e
mandar nuvens para a serra, apesar da previsão do tempo insistir em tempo bom,
o que se concretizou.
Acabou
sobrando eu e Matias para subir o Tucum e Cidinha no PP. Cover & Soraia
iriam atacar o Caratuva no domingo, o que o Zeca acabou fazendo também, mas no
PP.
Como a trilha
para o Tucum é mais curta saímos sábado mais tarde do que de costume, 09h00min.
Seguimos em direção a São Paulo pela BR116 até chegarmos à localidade de Terra
Boa, aonde seguimos em direção a Fazenda da Bolinha, ponto de início da trilha
do Tucum e também do Ciririca. Chegamos às 10h00min e não tinha mais ninguém
por lá, sinal que o mal tempo durante a semana afastou a galera mesmo.
Começamos a
caminhada bem tranquilos, porque tínhamos tempo de sobra pra chegar em nosso
local de pernoite, o Tucum, pois tínhamos planejado no domingo um ataque ao
Cerro Verde, montanha que eu ainda não conhecia.
A trilha
começa suavemente cruzando o rio Samambaia 7 vezes para depois começar a subir
em direção à bifurcação Tucum-Ciririca. Neste trecho encontram-se as árvores
gigantes, 3 grandes exemplares de nossa floresta que chamam a atenção. Chegamos
à bifurcação e encontramos a árvore onde estavam fixadas as placas que indicam
os destinos caídas. Procuramos e achamos as plaquinhas e as fixamos novamente
no que restou da árvore. Aqui se inicia a subida das encostas do Camapuã, e a
subida aperta.
Mais a frente
saímos da mata para andar pelos campos de altitude, e aqui começa a famosa
“rampa do Camapuã”, uma subida reta por pedras e capim numa inclinação constante
de +/- 50°, haja perna, a panturrilha
chega a esquentar!!! No cume do Camapuã temos a primeira vista da serra: o PP,
Itapiroca, Caratuva e Ferraria ao norte, Tucum a leste e Ciririca e Agudos pro
sul. Dá pra ver a BR116 e as pontes sobre a represa Capivari, visual de 360°.
Tiradas as
devidas fotos partimos para o Tucum descendo o vale que os separa, e na subida
pegamos água na bica disponível eu sua encosta. Chegamos ao Tucum pouco depois
das 15h00min e o visual se abre com a vista da Baía de Paranaguá e toda cadeia
de montanhas do Ibitiraquire. As nuvens que ainda persistiam começam a baixar,
e temos um por do sol magnífico com um tapete de nuvens cobrindo o litoral e as
montanhas todas se sobressaindo. É nessa hora que sei o porquê de passar horas
andando com uma mochila pesada nas costas, pegando sol e chuva e dormindo no
chão duro...
Depois de
muitos cliques começamos a prepara a janta, calabresa frita de aperitivo,
feijão e arroz (com calabresa, é claro) e chocolate bis de sobremesa. Ainda
rolou um chazinho pra esquentar, porque à noite o frio veio com força. Ficamos mais
um pouco jogando conversa fora, tentamos alguns cliques noturnos das luzes de
Antonina e Paranaguá (que não deram certo, nestas horas minha poit and shot não
favorece) e fomos vencidos pelo cansaço. O planejado era acordar cedo, ver o
nascer do sol e partir para o ataque ao Cerro Verde.
O dia
seguinte amanhece ainda mais bonito; nenhuma nuvem no céu, sem palavras...
Após
muuuuuitos cliques e um farto café da manhã partimos para o Cerro Verde. A
trilha começa ao lado da área de acampamento no cume do Tucum, e desce pela
face leste. E que descida...depois da piramba chegamos ao vale dos perdidos,
mas que agora está marcado e com as bifurcações sinalizadas, tranquilo.
Começamos a
subida ao Cerro Verde alternando por campos e macega, trilha chata pra se fazer
de cargueira, ainda bem que fomos de ataque. Chegamos ao cume do Cerro Verde
perto das 11h30min, e o que falam dele é verdade, uma das melhores vistas pro
PP. Depois de um breve lanche (e muitos cliques, é claro) iniciamos a volta.
Lembrar que teremos que subir as encostas empinadas do Tucum fazem as pernas
esquentarem por antecipação... mas depois de 01h30min de caminhada e muita
subida estamos de volta ao Tucum.
Hora de fazer
o almoço e arrumar a tralha toda, sem pressa. O dia está um espetáculo e temos
tempo de sobra pra chegar no Posto Tio Doca e encontrar os outros participantes
do 5 Cumes.
Na volta
encontramos o Getúlio (que tinha abortado a missão Ferraria) no cume do Camapuã
com sua mãe, Maria de Lourdes. A volta foi tranquila, chegamos à fazenda no
início da noite.
Ainda sobrou
tempo para a confraternização no Tio Doca, aonde comemos chuleta com polenta na
companhia dos ilustríssimos colegas Cover, Soraia, Zeca, Getúlio, D. Lourdes e Matias.
A Cidinha não pode esperar e a Lucimara apareceu não sei da onde e foi embora
não sei porque, só deu oi/tchau pra galera.
Mais um
grande final de semana abençoado por Deus na companhia da galera nota 1000 da
AMC,conquista de uma montanha inédita (para mim), tempo excelente, visual
maravilhoso e muitas fotos e filmes...
Otávio